SERÁ QUE É MENOPAUSA?
Você não se reconhece mais; quem convive com você não te reconhece mais.
Seu corpo e suas emoções estão passando por mudanças e isso pode impactar sua rotina, relações e bem-estar.
Você não precisa passar por essa fase sozinha, muito menos sem opções que aliviem esses sintomas. Opções hormonais e não hormonais devem ser avaliadas e discutidas, porque - acredite - você pode recuperar sua qualidade de vida.
A menopausa não é uma pausa.
Vamos juntas?
- Dra. Ana Julia Carneiro Monteiro
ENTENDENDO O PORQUÊ
A mulher nasce com todos os óvulos que ela terá ao longo da vida, e a cada dia, mês e ano ocorre a perda e reabsorção de uma boa quantidade deles.
Essa perda acontece ao longo de toda nossa vida, mas após os 35 anos ela acelera, sendo maior à medida que o tempo passa.
O óvulo é a unidade funcional do ovário - isso quer dizer que é ele quem produz os hormônios femininos e nos dá a capacidade reprodutiva.
A menopausa nada mais é do que a perda total desses óvulos, e traz duas principais consequências:
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A parada da capacidade de gestar.
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O fim da produção hormonal ovariana, principalmente do estrogênio.
O CAMINHO ATÉ A MENOPAUSA:
PASSANDO PELO climatério

climatério X menopausa
Entenda as diferenças de cada fase
O climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e a menopausa, em que o corpo começa a se adaptar à queda progressiva de hormônio.
Durante esse período, os níveis hormonais começam a diminuir gradualmente, o que pode causar diversas mudanças no corpo e nas emoções.
CLIMATÉRIO: Período de transição que pode começar anos antes da menopausa. Durante essa fase, os ovários reduzem progressivamente a produção de estrogênio e progesterona.
O climatério engloba duas fases:
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Ciclos mais curtos, e portanto mais frequentes. Você passa a menstruar em intervalos menores, a cada 24-25 dias, em média, podendo sentir também irritabilidade, cansaço, sono entre outros sintomas não muito específicos.
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Os ciclos se tornam mais longos, com intervalos maiores do que 40 dias, podendo passar meses sem menstruar. Quando sangram, em geral, essas mulheres apresentam sangramentos volumosos, e o mais incômodo, completamente imprevisíveis. É aqui também que podem surgir os outros sintomas clássicos e conhecidos.
MENOPAUSA: É a última menstruação da mulher, cessando o período reprodutivo, diagnosticada após 12 meses consecutivos sem menstruação.
sintomas, RISCOS
E TRATAMENTOS
O nosso corpo passa 30, 40 anos embebido em hormônio.
Já pensou o que acontece quando temos uma redução hormonal? O corpo sente falta!
Quais sintomas serão apresentados e a intensidade deles varia de paciente para paciente.
Em geral, 85% das mulheres serão sintomáticas, mas calma!
A grande maioria terá sintomas leves a moderados, por em média 5 a 8 anos, e com o passar do tempo, eles irão reduzir e não precisar mais de tratamento.
O estrogênio tem ação em diversos órgãos e sistemas, por isso que os sintomas podem variar tanto.
SINTOMAS:
INSÔNIA
REDUÇÃO DA LIBIDO
DOR DURANTE A
RELAÇÃO SEXUAL
DOR ARTICULAR
HUMOR DEPRIMIDO
CALORÕES
GANHO DE GORDURA ABDOMINAL
RESSECAMENTO DA PELE
IRRITABILIDADE
FADIGA
ALTERAÇÕES DE
MEMÓRIA
PERDA DE MASSA ÓSSEA
SECURA OCULAR
SECURA VAGINAL
DIFICULDADE DE GANHO DE MASSA MAGRA
DORES DE CABEÇA
RISCOS INVISÍVEIS:
Além dos sintomas físicos e emocionais, a queda do estrogênio aumenta o risco de duas condições muito frequentes nas mulheres: doença cardiovascular e osteoporose.
A doença cardiovascular é a principal causa de morte das mulheres a partir de 40 anos. Por esse motivo, sua rotina ginecológica não está completa se você não discute sobre sua saúde cardiovascular com sua ginecologista.
A perda de quantidade e qualidade de osso pode gerar osteopenia ou osteoporose, aumentando o risco de fraturas, com consequente sequelas e perda de mobilidade, que podem impactar de forma drástica a qualidade da vida dessas mulheres.
Além disso, e justamente por isso, o exercício físico nessa fase é inegociável.
TRATAMENTOS:
O tratamento mais efetivo para alívio da frequência e da intensidade dos sintomas, sem dúvida nenhuma, é a reposição hormonal. Mas não é todo mundo que pode ou que quer usar hormônios.
Aqui, cuidamos de todas: quem pode e quem não pode usar. Individualizamos o seu tratamento sempre pautado pela evidência científica, afinal segurança a curto, médio e longo prazo é inegociável.
SAÚDE MENTAL:
Lidar com todos esses sintomas, encarar o próprio envelhecimento e mudanças do corpo pode ser muito difícil.
Ressignificar essa fase como um momento de autocuidado pode ser uma excelente saída e um bom momento para pensarmos como serão os próximos anos.
Aqui, não vamos relativizar ou questionar teus sintomas.
Cuidar de você verdadeiramente é entender que sim, isso mexe muito com a maioria das mulheres, e não mediremos esforços para tornar isso tudo menos desconfortável. Mas importante: não se compare com você de 10 anos atrás. Não é justo! Envelhecer não é nada mais do que natural.
- Dra. Ana Julia Carneiro Monteiro